Ainda é comum que o envelhecer, embora seja cada vez maior o número de pessoas idosas, seja cercado por preconceito, marcado por estigmas e estereótipos. Segundo o primeiro artigo do Estatuto da Pessoa Idosa, que acaba de completar 20 anos, idosa é a pessoa com 60 anos ou mais. Muitos dos que chegam a essa idade, porém, acreditam que pessoa idosa é a outra. Ser chamado de velho, então, é praticamente um xingamento.
A velhice do outro ficou evidente na pandemia da Covid-19, com declarações muitas vezes carregadas de preconceito e que fortalecem a desinformação sobre o envelhecer. Quantas não são as autoridades, também envelhecidas, cobrando o distanciamento social dos idosos? Não é qualquer um que vai dizer: “Você, idoso como eu, fique em casa para que possamos vencer este difícil período”.
O que pode reverter este comportamento, chamado de anti-aging, é informação, protagonismo e representatividade. É preciso que o envelhecer esteja na pauta como dizemos no jornalismo, ou seja, no centro das conversas, afinal é a fase mais longa da vida. A infância passa em um instante, assim como a adolescência, a juventude e a vida adulta. Já quem chega aos 60 anos, dependendo dos aspectos biológicos, sociais e psicológicos, como estudamos na Gerontologia, pode viver até os 100 anos ou mais. Então o que fazer destes 40 anos, negá-los? Não dá pra ser jovem para sempre.
Negar o envelhecer não é a melhor opção e pode trazer sofrimentos desnecessários, prejudicando a saúde mental e também física com procedimentos de rejuvenescimento que podem ter resultados desastrosos. Por isso informação de qualidade é a solução, com boas fontes como o portal da Virada da Maturidade. Uma importante oportunidade para descobrir as muitas possibilidades e oportunidades para evidenciar potencialidades no envelhecer.
Claro que as perdas nesta fase da vida existem sim, mas não precisam ser o principal. Nós podemos ampliar os espaços já conquistados pelas pessoas idosas, reconhecendo que somos idosos hoje ou seremos amanhã, aprendendo sempre, derrubando preconceitos e estigmas com informação sobre este processo natural da vida. Cada fase da vida tem seu tempo, seus desafios e oportunidades. Somente unidos teremos um lugar de fala, nos sentiremos representados e seremos verdadeiros protagonistas de nossas histórias.