Geriatras, gerontólogos (bacharéis) e gerontologistas (especialistas) são cada vez mais profissionais essenciais, seja contribuindo diretamente no sistema de saúde público e privado, seja por sua atuação na promoção do bem-estar e qualidade de vida para os idosos que estão em casa e certamente serão os últimos a deixarem o distanciamento social.
O atendimento geriátrico e gerontológico é, aliás, garantido pelo Estatuto do Idoso no primeiro inciso do artigo 15, do Capítulo IV – Do Direito à Saúde, que trata da prevenção e manutenção da saúde do idoso, assim como a reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia para redução de sequelas decorrentes do agravo da saúde.
Há até uma data para celebrar estes importantes profissionais. No dia 16 de maio é comemorado o Dia do Médico Geriatra e do Especialista em Gerontologia, especialização aliás que todos deveriam ter. A data ainda marca a fundação da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). Mesmo sem o devido reconhecimento ou remuneração adequada, são profissionais que merecem todas as homenagens e também à SBGG que completou 59 anos e cumpre um importante papel, fortalecendo os profissionais e compartilhando conhecimento.
Outro dia importante é 24 de março, Dia do Gerontólogo. A regulamentação da profissão, aliás ainda vem sendo discutida e é uma das lutas da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Primeiro com o Projeto de Lei 6764/16, que foi apensado (tramitam em conjunto por serem propostas semelhantes) ao Projeto de Lei 9003/17, que está parado na Comissão dos Direitos da Pessoa Idosa (CIDOSO). Um processo demorado para que os gerontólogos sejam devidamente reconhecidos, quando se pensa no ritmo acelerado do envelhecimento populacional no Brasil.
Com quase seis décadas de existência, nesse período de pandemia, a SBGG não está parada e vem promovendo importantes lives em seu Instagram sobre temas como a invisibilidade da pessoa idosa na sociedade, nutrição e saúde mental. A SBGG ainda integra iniciativas como a Frente Nacional de Fortalecimento às Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), que por muito tempo não tiveram o apoio necessário neste período de pandemia para evitar tragédias como ocorreram na Itália. Acesse o relatório técnico preparado por eles no link.
Pandemia
Diferente do que se viu e vê desde o início da pandemia de Covid-19, quando a pessoa idosa entra no foco dos debates por ser considerado um dos principais grupos de risco para o Covid-19, geriatras, gerontólogos e gerontologistas que atuam no envelhecimento e na longevidade deveriam também ser evidenciados e incluídos como fundamentais para o enfrentamento da pandemia. Ainda mais quando diante do agravamento da situação, a primeira medida para priorizar o atendimento leva em conta a juventude e não a funcionalidade dos pacientes.
Onde será que está o problema para o reconhecimento destes profissionais e o cumprimento de um direito garantido por lei? É preciso que não só os governos municipais, estaduais e federal revejam suas políticas para o envelhecimento e a longevidade, mas também a sociedade de forma geral inclua e estimule o protagonismo da população idosa.